O novo panorama da mobilidade está marcado pela eletrificação dos veículos. Dentro do parque atual, podemos distinguir três grandes grupos: automóveis de combustão, automóveis híbridos e automóveis elétricos. Trata-se de três conceitos que irão conviver durante vários anos e que apresentam particularidades que a oficina deve ter em consideração, especialmente a médio prazo. Neste post do REPXPERT, o Blog da Oficina Mecânica, vamos centrar-nos nos automóveis híbridos, uma vez que começam a ter um peso específico no parque e, o que é mais importante, começam a surgir nas oficinas. Para ter uma visão atualizada desde o ponto de vista da oficina, antes propomos-lhe que dê uma vista de olhos a estas quatro perguntas.

1. O que é um automóvel híbrido?
Neste momento todos sabemos o que é um automóvel híbrido, mas podemos rever isso. Trata-se de um veículo que utiliza duas fontes de propulsão diferentes, isto é, um motor de combustão que funciona como propulsor principal e um motor elétrico. Dependendo do papel desempenhado por cada um destes motores, sem entrar em demasiados detalhes, podem ser encontrados até cinco tipos de automóveis híbridos. Estes são os mais comuns:
Microhíbridos: também conhecidos como híbridos de 48 volts ou híbridos suaves, representam o primeiro nível de eletrificação. Ao nível da construção, são automóveis tradicionais de explosão que incluem um módulo híbrido que pode estar acoplado entre o motor e a transmissão. Funcionam com baixa tensão (de 48 a 160 volts), sendo que não requerem uma estrutura específica nem alojam grandes baterias. Como consequência, não têm um preço elevado. Graças aos seu “pequeno” motor elétrico, conseguem um impulso extra que permite uma redução das emissões de até 25%, se dependerem completamente do motor de combustão para se deslocar.
Híbridos em paralelo: atualmente, este tipo de híbridos é o mais comum. Podem funcionar de forma indistinta com qualquer um dos propulsores ou, se as circunstâncias assim o exigirem, com os dois ao mesmo tempo. A capacidade superior do seu motor elétrico permite obter níveis de prestações adequados, em combinação com motores de explosão de menor capacidade. Como resultado, o consumo de combustível é significativamente reduzido em percursos urbanos e as emissões de CO2 diminuem cerca de 35%. Este tipo de automóvel híbrido recarrega as suas baterias quando está em circulação.
Híbridos com ligação direta (Plug In): as principais diferenças destes veículos em comparação com os híbridos combinados são a maior capacidade das suas baterias e a sua capacidade para se recarregar com a rede elétrica. Assim, a propulsão elétrica ganha um maior protagonismo, uma vez que tem capacidade para mover o veículo durante maiores distâncias e com maior velocidade. No entanto, dependem da carga regular para oferecer todo o seu potencial.
Híbridos em série: se nos híbridos com ligação direta, o motor de explosão passa para um segundo plano, nos híbridos em série tem um carácter meramente auxiliar. Tratam-se de veículos concebidos para se deslocarem com o motor elétrico em qualquer circunstância. O seu motor de combustão apenas começa a funcionar para proporcionar energia no caso de as baterias se esgotarem.

2. Quantos automóveis híbridos haverá no parque dentro de alguns anos?
As estimativas da Schaeffler indicam que a transformação do parque será gradual. Para o ano 2030, os híbridos representarão 40% do parque, com os restantes 60% a serem divididos em partes iguais entre elétricos e automóveis de combustão. Portanto, este tipo de veículos será aquele que terá maior presença em menos de dez anos, sendo por isso necessário estar muito atentos à sua evolução e às oportunidades de negócio que poderão surgir em relação à sua manutenção.

3. Tenho de aprender a reparar automóveis híbridos?
É lógico que possam surgir muitas dúvidas em relação a isto, mas a chegada da mobilidade elétrica é mais um passo na evolução do automóvel. Os profissionais começarão a adaptar-se a estas novas tecnologias de forma gradual, tal como ocorreu em muitas outras situações. No entanto, é importante apostar nos fabricantes de componentes que estejam a liderar esta nova mobilidade, uma vez que o seu papel no desenvolvimento de novos procedimentos ou ao nível da formação será crucial. Neste sentido, convém relembrar que a Schaeffler está há 20 anos a desenvolver componentes de mobilidade elétrica, e começou precisamente este ano com a produção em série de motores elétricos, o que a torna, sem dúvida, num fornecedor de referência para a oficina.

4. Já existem soluções para reparar automóveis híbridos?
Tal como já comentámos, muitos destes veículos já estão em circulação há vários anos e começam a aparecer nas oficinas. Embora os sistemas de propulsão elétrica ainda não apresentem opções claras de negócio, têm a maioria de componentes e sistemas em comum com os veículos tradicionais e, em muitos casos, há particularidades que convém ter em consideração. No ano passado, a Schaeffler apresentou, sob a sua marca INA, a primeira solução de manutenção INA FEAD KIT para microhíbridos de 48 volts, aplicável em veículos Renault. Recentemente, adicionou diversas aplicações para as mecânicas híbridas do grupo PSA à sua gama.