Numa altura em que as tecnologias de hibridação e eletrificação caminham para liderar o mercado, convém conhecer os diferentes tipos de automóveis híbridos que a indústria desenvolveu. Neste post, vamos concentrar-nos nos híbridos de 48 volts, também conhecidos como Mild Hybrids ou híbridos suaves. Para isso, vamos centrar-nos em cinco pontos fundamentais que servem para entender esta tecnologia, em cujo desenvolvimento a Schaeffler desempenhou um papel de protagonismo.
1. Em que consistem os híbridos de 48 volts?
Os híbridos de 48 volts representam o nível de acesso para a hibridação. Ao contrário do que ocorre nos híbridos tradicionais de alta tensão, o sistema funciona com apenas 48 volts, que são obtidos ao aumentar a tensão do circuito elétrico do veículo, que até agora estava no antigo padrão dos 12 volts. Com este aumento é possível eletrificar veículos cujas plataformas foram criadas para funcionar apenas com motor de combustão. Desta forma, são obtidas potências pico de até 20 Kw sem alterar significativamente a arquitetura do veículo, ao não ser necessário, por exemplo, isolar as zonas mais sensíveis do veículo da alta tensão.
2. Quais são as vantagens desta tecnologia?
Apesar da sua potência limitada, o motor elétrico é capaz de apoiar o de combustão de forma significativa nas fases de arranque e aceleração, e em alguns casos circular no modo de zero emissões durante curtas distâncias. Como resultado, é obtida uma redução de 15% em consumos e emissões de CO2. Além disso, a hibridação de 48 volts permite aceder às vantagens da eletrificação com um custo bastante reduzido, até incluir a mesma em modelos que já se encontram em produção. Desta forma, supera-se um dos grandes desafios apresentados pelas novas regulamentações de emissões: o preço dos veículos. Esta tecnologia pode representar um custo adicional de cerca de 10% para o fabricante em comparação com um veículo unicamente equipado com um motor tradicional.
3. Por que motivo vão ser populares?
Porque as restrições de trânsito para os veículos mais contaminantes são cada vez maiores, sendo que as vantagens proporcionadas pela hibridação são, cada vez mais, uma necessidade para todo o tipo de público. A desejada etiqueta ECO torna-se assim num elemento mais acessível, com o conseguinte benefício para o ambiente, e sem renunciar às vantagens que os motores de combustão oferecem em termos de autonomia. De facto, as possibilidades desta tecnologia permitem utilizar a propulsão de 48 volts no eixo traseiro para um proporcionar uma potência extra para circular em superfícies com baixa aderência ou, tal como no protótipo da imagem, um extra de sensações desportivas.
4. Que novos componentes estão incluídos num híbrido de 48 volts?
Há diferentes sistemas para integrar a hibridação de 48 volts. O elemento fundamental é o módulo elétrico, que pode ser instalado na posição paralela ou coaxial ao eixo. Em todos os casos, o módulo híbrido é uma máquina complexa. Na sua versão coaxial, por exemplo, é bastante similar aos módulos de alta tensão. No seu interior integra o motor elétrico, a eletrónica de potência e a embraiagem multidisco de desconexão. Além disso, é necessário adicionar as baterias e o conversor AC/DC, que se costumam instalar na parte traseira. Esta tecnologia é compatível com todo o tipo de transmissões, incluindo com as manuais. Nesse caso, incluem uma embraiagem eletrónica ou E-Clutch, com os seus respetivos acionadores e conexões.
5. Quando chegarão à oficina?
São vários os fabricantes que estão a apostar nesta tecnologia, que parece que irá desempenhar um papel importante na transmissão para os elétricos puros. De acordo com o peso que irão adquirindo no parque, parece que representarão uma interessante oportunidade de negócio dentro de alguns anos. A Schaeffler, enquanto pioneira no desenvolvimento de tecnologias de mobilidade elétrica, já está a trabalhar nas soluções de manutenção que chegarão à oficina independente dentro de seis anos.