As alterações no modelo de mobilidade estão a abrir-lhes a porta para um futuro repleto de desafios. Se a isto adicionarmos as oportunidades oferecidas pela digitalização, são inúmeras as oportunidades com que se deparam os profissionais da reparação. Em posts anteriores, demos-lhe uma visão sobre as mudanças oferecidas pela digitalização e analisámos 4 pontos fundamentais para o futuro da oficina (OJO, LINK a POST 276). No entanto, desta vez queremos mostrar-lhe a visão que as próprias oficinas têm sobre o seu futuro. Para isso, apresentámos um inquérito a mais de 2300 oficinas de toda a Europa, onde lhes perguntámos sobre diversos temas relacionados com a sua atitude perante as mudanças que estão a caminho e como as pensam enfrentar. Mostramos-lhe as respostas neste post, as quais refletem sem dúvida uma atitude empreendedora e inovadora. Vamos começar.

Ferramentas e diagnóstico
Perguntámos às oficinas sobre as suas estimativas de investimento nos próximos três anos. Mais de 60% dos inquiridos manifestaram o seu desejo de investir em utilidades e dados de diagnóstico. Cerca de 50% afirmam também que irão investir em ferramentas e equipamento de oficina. Um dado que chama a atenção é que apenas 10% desejam investir numa plataforma digital para agendar visitas, quando se trata de um serviço exigido por cada vez mais utilizadores.

Veículos cada vez mais complexos
Em relação à capacidade das oficinas para reparar as avarias dos seus clientes, 75% dos inquiridos consideram que, atualmente, conseguem resolver 85% e 95% dos casos recebidos. Quase um de cada três afirma que consegue cobrir praticamente todas as necessidades dos seus clientes. No entanto, a grande maioria assume que isto não vai continuar a ser assim no futuro: 64% receiam que as coisas se compliquem devido à cada vez maior complexidade tecnológica. Este detalhe explica o motivo para haver uma procura cada vez maior de ferramentas de diagnóstico e conhecimentos técnicos.

O acesso à informação online
Oferecer o melhor serviço implicar ter acesso à informação. Não há dúvida de que o meio online oferece a melhor via para aceder a uns recursos que serão cada vez mais necessários e numerosos devido à maior complexidade dos veículos. A pergunta é: como é que as oficinas obtêm a sua informação?
De acordo com o indicado pelo inquérito, 38% das oficinas já dão prevalência aos recursos online em relação aos catálogos de peças dos distribuidores, que mesmo assim continuam com uma pontuação de 39%. Um dado adicional: 12% dos participantes no inquérito recebem informação de forma regular através do REPXPERT.
Questionados sobre aquilo que gostariam de melhorar dentro da oferta de informação online, destacam a procura de informação através do código VIN do veículo, um acesso mais simples às instruções de reparação e manutenção específicas, e que os catálogos disponíveis fossem mais simples.

O desenvolvimento da formação online
Embora a formação presencial continue a ser a preferida pela maioria, os formatos online são cada vez mais aceites, com uma aprovação conjunta de 40%. Em relação ao formato preferido, 11% preferem os vídeos de cinco a dez minutos em relação à formação tradicional. 6% consideram que os webinars são a sua ferramenta preferida e 7% preferem o e-learning.
Em relação ao perfil do inquirido, o canal online tem uma grande aprovação, tanto para as empresas jovens (47%) como para as oficinas com um largo percurso (entre 38 e 41%).
No momento de avaliar a oferta formativa do REPXPERT, a aceitação é positiva: 61% estão totalmente satisfeitos e 31% estão satisfeitos, mas gostariam de ter acesso a mais formatos e conteúdos. Só 8% consideram que não cumpriu as suas expetativas.

O coronavírus como acelerador da digitalização
Uma conclusão importante a ter em consideração: a pandemia contribuiu para a transformação da forma de transmitir conhecimentos à oficina independente, com a consolidação do meio online e dos novos conceitos formativos. Esta é uma conclusão retirada das respostas às perguntas sobre como desejam continuar a receber conhecimentos no futuro. Desejam voltar à formação presencial?
As respostas são claras. 42% das oficinas afirmam que pensam continuar a cobrir as suas necessidades formativas, total ou principalmente, através de formatos online, enquanto 27% avaliam a formação online como um complemento da formação presencial. Apenas 31% desejam voltar completamente à formação presencial. Mais além das preferências manifestadas pelas oficinas, temos de ter em consideração que cada tipo de formação apresenta particularidades que determinam a aceitação do formato online. Não é o mesmo um conselho de instalação que um curso de formação completo sobre um produto.
Um negócio de pessoas
Não há dúvidas de que este continua a ser um negócio em que o fator humano conta, e muito. 53% dos inquiridos desejariam receber aconselhamento para a resolução de dúvidas por telefone, enquanto só 6% aposta num serviço de assistência por chat ou email.