Há situações em que a tecnologia deve enfrentar novos desafios com soluções inovadoras. Este é o caso da embraiagem modular que se encontra equipada em diversos modelos da Audi desde 2008. Neste post do REPXPERT, o Blog da Oficina Mecânica, vamos explicar-lhe os motivos desta configuração de embraiagem e as particularidades apresentadas pela sua substituição.
Além disso, lembre-se que a LuK, o especialista em transmissões da Schaeffler, oferece uma solução de manutenção completa para módulos de embraiagem. Para a ver em ação, recomendamos-lhe que não perca este vídeo tutorial.
A embraiagem modular encontra-se nas caixas de velocidades 0B1, 0B2, OB3 e 0B4, presentes nos Audi A4, A5, Q5 e A6 desde 2008. Trata-se de um conceito de embraiagem desenvolvido com o objetivo de proporcionar certas características de grande importância, como a otimização da carga sobre o eixo, a melhoria para a proteção dos peões ou uma aerodinâmica adequada, a uma plataforma com grande distância de eixos.
Para cumprir estes requisitos, decidiu-se deslocar o motor e a caixa de velocidades para a cabina de passageiros. Caso tivesse sido utilizada a geração de caixas de velocidades existente, isto teria provocado uma recolocação desfavorável dos semieixos de transmissão e uma conseguinte redução da distância entre eixos, aspeto incompatível com a nova plataforma.
A única forma de evitar este inconveniente era redesenhar a caixa de velocidades. No novo desenho, o diferencial encontra-se no lado da caixa de velocidades. Desta forma, a posição original dos semieixos de transmissão foi mudada.
Neste desenho de caixa de velocidades, o semieixo de transmissão dianteiro esquerdo passa através da campânula da caixa de velocidades à frente da embraiagem. Por conseguinte, já não é possível utilizar uma combinação convencional de embraiagem e volante bimassa (DMF).
Devido a estas características de desenho especiais, foi necessário desenvolver um módulo de embraiagem especial que combinasse componentes de embraiagem testados e um volante bimassa com uma base de suprote especial, sobre o qual te falámos neste post. Esta inovadora tecnologia permite montar todos os componentes na campânula da transmissão apesar do espaço que ocupa agora o semieixo.
Esta configuração de embraiagem modular pode ser encontrada em versões monodisco (0B1, 0B2 e oB3) ou multidisco (0B4). Vamos vê-las de forma detalhada.
Embraiagem modular monodisco
A embraiagem modular monodisco está constituída por um volante bimassa (DMF) e uma embraiagem de diafragma tradicional ou uma embraiagem autoajustável (SAC). Para criar o espaço necessário para a passagem do semieixo de transmissão, a base de suporte está unida aos orifícios de fixação da cambota de forma permanente através de uma junta rebitada ao volante bimassa.
O módulo de embraiagem fixa-se à placa de arrasto através do rebordo exterior do módulo de embraiagem e volante bimassa. Como resultado, o procedimento de reparação para a substituição de componentes foi modificado. Antes de remover a caixa de velocidades, o módulo de embraiagem deve ser separado ao desaparafusar a placa de arrasto da base de suporte do volante.
Este procedimento é similar à separação do conversor de binário da placa de arrasto durante a remoção de uma caixa de velocidades automática. Após a remoção da caixa de velocidades, o módulo de embraiagem permanece dentro da campânula, como o conversor de binário numa caixa de velocidades automática. O semieixo esquerdo da transmissão impede a queda do módulo durante a remoção da caixa de velocidades.
Embraiagem modular multidisco
O módulo de embraiagem multidisco está constituído por uma embraiagem S.A.C. multidisco e um DMF com base de suporte igualmente. A principal diferença em relação ao desenho monodisco é a adição de um prato de pressão intermédio com outras três molas tangenciais para garantir a consistência do desengate e um disco de embraiagem adicional. A vantagem desta variante é a possibilidade de reduzir as forças de desengate ou de aumentar o binário de motor transmissível com uma força de desengate constante.
