O sistema de correia auxiliar (FEAD), também conhecido como sistema de acionamento de acessórios, tem uma importância cada vez maior para a oficina. O seu papel dentro dos veículos atuais multiplicou-se da mesma forma que o fizeram os acessórios e sistemas que dependem dele. Embora seja mais importante, o espaço físico disponível para o grupo propulsor foi reduzido, o que complicou o seu desenho em grande medida. Além disso, a chegada de uma geração de propulsores, caracterizados por uma menor capacidade e número de cilindros aumentou a exigência sobre o sistema FEAD. Estes propulsores são mais propensos a gerar vibrações, que é preciso isolar para garantir o conforto de condução e proteger a cadeia cinemática. Neste post do REPXPERT, o Blog da Oficina Mecânica, vamos analisar a evolução do sistema de correia auxiliar, com destaque para os novos componentes que é necessário conhecer para uma manutenção correta.
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Um olhar para trás
Para compreender melhor a forma como o sistema de correia auxiliar evoluiu, vamos analisar o início do mesmo na indústria automóvel, especificamente num dos automóveis mais vendidos da história, o Volkswagen Carocha. No seu motor arrefecido por ar, a correia trapezoidal do sistema de correia auxiliar apenas se encarregava do acionamento do dínamo/alternador e, portanto, de carregar a bateria do veículo. Nesta configuração, a correia trapezoidal era tensionada com a introdução de diferentes anilhas entre a polia da correia dividida no dínamo/alternador. Sem dúvida que era um sistema simples e de fácil manutenção.

Chega a correia estriada
Se passarmos para os motores arrefecidos por água, entra em ação um novo componente, a bomba de água, que também é acionada no sistema FEAD. Como consequência desta incorporação, a correia trapezoidal deve aumentar o seu curso com o objetivo de todos os componentes estarem corretamente ligados. Nesta configuração, a correia trapezoidal é tensionada ao girar a carcaça do alternador.
Perante o aumento dos requisitos de conforto, foram adicionados novos «convidados» no âmbito do sistema de correia auxiliar, como a bomba de direção assistida ou o compressor do ar condicionado. Além disso, a exigência de capacidade de carga também aumentou devido à quantidade cada vez maior de eletrónica nos veículos modernos, o que acaba por provocar um aumento significativo da quantidade de binário que deve ser transferido no sistema. Na imagem acima pode ver como o sistema de correia auxiliar evoluiu à medida que foram incorporados novos sistemas.
Este elevado nível de transferência de binário não é possível com uma correia trapezoidal convencional, um pormenor que provocou outro salto evolutivo: as correias estriadas atuais foram substituindo gradualmente a correia trapezoidal convencional no sistema FEAD. Devido à sua estrutura plana e dentada, uma correia estriada pode transferir um binário significativamente maior e também reduz as relações de contacto, aumentando assim as relações de transmissão.

Outro componente em destaque são as polias de inversão, que são utilizadas no sistema FEAD para orientar a correia estriada para os diferentes componentes. De acordo com a necessidade de cada desenho, é mantida a tensão correta através de diferentes tipos de elementos tensores.
Por fim, temos de destacar os sistemas start/stop, que apresentam outro desafio para o sistema FEAD, principalmente para a correia, uma vez que o seu deslizamento durante o processo de arranque é especialmente elevado, sobretudo em relação ao binário de arranque.
A polia livre do alternador (OAP), um novo convidado.
Novos esquemas, novo tipo de correia, polias de inversão… é evidente que o sistema de correia auxiliar sofreu uma autêntica revolução. No entanto, ainda temos de falar sobre aquele que, sem dúvida, se tornou no protagonista deste sistema: a polia livre do alternador. Também conhecida como OAP (siglas em inglês de Overruning Alternator Pulley), trata-se de uma inovação desenvolvida pela INA que desempenha um papel muito especial: desacoplar o alternador para o isolar das irregularidades do motor, garantindo assim um funcionamento suave do sistema. Para saber mais sobre a OAP, não perca este post dedicado aos melhores conteúdos sobre a polia livre do alternador. Outro componente que se juntou ao sistema de correia auxiliar é a PYD, ou polia desacopladora da cambota, uma inovação desenvolvida pela Schaeffler e que começou a ser produzida em série em 2013. A função deste componente é dupla, uma vez que funciona como polia da cambota ou amortecedor de vibrações, sendo que amortece as vibrações de torção ao mesmo tempo que permite desacoplar a cambota. Neste post, explicamos-lhe todos os pormenores sobre o funcionamento da polia desacopladora da cambota.
Uma solução à medida

Devido a todos estes fatores, é mais importante do que nunca verificar o sistema FEAD de forma rotineira durante a manutenção nos motores. Todos os componentes necessários para que o sistema FEAD funcione em plena capacidade estão sujeitos às mesmas tensões e fatores de desgaste, sendo essa a razão pela qual devem ser, na medida do possível, substituídos ao mesmo tempo. Por isso, a Schaeffler Automotive Aftermarket desenvolveu o INA FEAD KIT, uma solução de manutenção com todos os componentes sujeitos a desgaste incluídos numa única caixa.