Continuamos com a nossa revisão dos componentes do sistema de correia auxiliar FEAD com os tensores auxiliares, uma peça de grande importância para um funcionamento correto, que manifesta a importância de realizar a substituição de todos os elementos sujeitos a desgaste aquando da realização de uma manutenção. Por isso, neste post do REPXPERT, o Blog da Oficina Mecânica, vamos analisar a sua função, assim como as diferentes tipologias de tensores auxiliares que o profissional pode encontrar no mercado.
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A função dos elementos tensores é garantir que a correia estriada tenha sempre a melhor tensão, evitando assim deslizamentos desnecessários e vibrações na correia. Todos os elementos tensores estão constituídos por uma placa ou uma unidade tensora e um rolamento. Estes rolamentos são idênticos às polias de inversão descritas anteriormente. Existem basicamente dois tipos diferentes de elementos tensores: mecânicos (disponíveis nas versões manuais ou automáticas) e tensores hidráulicos.
Tensores mecânicos
Num tensor manual, a tensão da correia estriada é realizada ao girar a placa base ou através de um mecanismo de excêntrico. Neste caso, é o técnico que determina, a maioria das vezes por instinto, com que força deve ser tensionada a correia. Normalmente, durante qualquer serviço técnico é necessário verificar se a tensão da correia é correta e se é preciso realizar algum ajuste.

Do lado esq. para o lado dir.: Tensores automáticos de braço curto, de braço comprido e cónico
Por outro lado, um tensor automático mantém uma tensão da correia praticamente constante durante toda a sua vida útil e, ao mesmo tempo, consegue compensar as tolerâncias de desgaste do resto de componentes do sistema de acionamento, assim como a sua expansão térmica. Dependendo dos requisitos e do espaço de montagem disponível, é possível encontrar tensores de braço comprido, braço curto ou um tensor cónico.
A correia estriada ajusta-se à tensão adequada ao utilizar a força de uma mola pré-tensionada (mola de braços ou mola de torção). Os elementos de amortecimento internos suavizam o movimento da mola, reduzindo as vibrações no acionamento por correia.
Nos tensores de braço curto e braço comprido, o elemento de amortecimento possui um disco de fricção suave; os tensores cónicos estão equipados com um cone de fricção com este fim.
No acionamento por correia, os picos de força repentinos são amortecidos pela fricção mecânica entre os elementos de fricção. Também há uma redução do deslizamento, do ruído e do desgaste da correia. O resultado é uma vida útil mais longa de todo o acionamento do sistema auxiliar.
Elementos tensores hidráulicos

Os tensores hidráulicos possuem um braço de alavanca de dois lados móveis e um rolamento. Em vez de uma mola de torção ou mola de braços, nesta configuração há um elemento hidráulico com uma mola de pressão integrada que é responsável por obter a tensão necessária da correia.
O elemento hidráulico está ligado a uma extremidade do braço de alavanca e o rolamento está ligado a outra extremidade. A mola de pressão no elemento hidráulico empurra o rolamento contra a correia estriada através do braço de alavanca, tensionando assim a correia. A força tensora é determinada tanto pela mola de pressão como pelo braço de alavanca.
Ao comprimir o elemento hidráulico, o óleo da câmara de alta pressão passa de forma forçada para o depósito através de uma ranhura. Neste caso, quanto mais pequena for a ranhura, maior é o amortecimento. Quando o elemento hidráulico é libertado, o óleo sai do depósito e volta para a câmara de alta pressão através de uma válvula antirretorno. Este processo também se denomina amortecimento direcional.
Com esta configuração, mesmo os acionamentos por correia mais dinâmicos e complexos podem ser controlados em motores que não funcionam de forma satisfatória, ao mesmo tempo que proporcionam a tensão ótima da correia. A escolha do elemento tensor para um determinado veículo é determinada pelo espaço de montagem disponível e pelas condições de funcionamento.