Conhecer a fundo o sistema da embraiagem é fundamental para o profissional. Aquando da instalação de um kit de embraiagem, é necessário saber a função de cada um dos seus componentes. Entre todos os componentes, neste post vamos centrar-nos no disco da embraiagem, um elemento presente em todos os automóveis com caixa de velocidades manual e que merece toda a nossa atenção, talvez não tanto como os travões ou o óleo, mas que mais tarde ou mais cedo terá de ser substituído. O rendimento e o conforto da caixa de velocidades dependem em grande medida do seu desenho e da capacidade de transmissão de binário. Vamos rever as suas bases e as diferentes tipologias apresentadas de acordo com as necessidades de cada mecânica.
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O disco de embraiagem age como elemento de fricção entre o volante e o prato de pressão. Portanto, é o responsável por transmitir o binário do motor ao veio primário da caixa de velocidades. O disco de embraiagem inclui revestimentos de fricção que permitem compensar o diferencial de rotações do motor e da caixa de velocidades e transmitir o binário do motor. Estes revestimentos destacam-se por oferecer um desgaste bastante reduzido, um coeficiente de fricção constante e uma transmissão de binário suave. Ao tratar-se de um elemento sujeito a desgaste por fricção, tal como ocorre com os travões, isso determina em grande medida a vida útil do disco de embraiagem.
O papel dos segmentos
Nos discos de embraiagem padrão, os revestimentos estão assentes sobre segmentos individuais (ver imagem), embora sejam, por exemplo, utilizados segmentos duplos de várias ondas (ver imagem) para usos mais exigentes, como um binário do motor elevado. O objetivo dos segmentos é conseguir que os revestimentos apoiem sempre de forma uniforme, com a redução do desgaste irregular e das variações térmicas.

Além disso, quando é necessário reduzir as irregularidades rotacionais causadas pelo motor de combustão e que se traduzem em vibrações e ruídos na caixa de velocidades, são utilizados amortecedores de torção integrados no disco de embraiagem. Mesmo nos casos em que, devido ao custo ou ao espaço, não seja possível utilizar um volante bimassa (DMF), o disco de embraiagem com amortecedor de torção representa a melhor solução para isolar as vibrações.

Amortecer a torção
Ter um conjunto propulsor de peso otimizado e um motor eficiente em relação aos gases de escape não é suficiente. As altas exigências atuais em termos de conforto fizeram com que a indústria desenvolvesse sistemas de mola-amortecedor sofisticados para o controlo da fricção. Na imagem inferior, podemos ver os componentes de um disco de embraiagem com elementos amortecedores de torção de forma detalhada. Graças a esta tecnologia, é possível adaptar-se às necessidades técnicas e à orientação de uso de cada automóvel, para oferecer o melhor comportamento ao condutor. Neste sentido, deve-se destacar o papel desempenhado pela centralização cónica desenvolvida pela LuK, que compensa a possível deslocação do eixo entre o motor e a caixa de velocidades. Desta forma, mesmo ao ralenti garante-se um funcionamento exato do pré-amortecedor (4), um elemento especialmente concebido para este estado de carga. No esquema inferior, é possível observar onde se encontra e o seu tamanho mais reduzido do que as molas de carga. Graças aos pré-amortecedores, é possível obter um isolamento correto das vibrações, mesmo sob rotações reduzidas. Desta forma, amplia-se o regime de utilização do veículo e contribui-se para a redução do consumo de combustível e das emissões.

Disco de embraiagem para volante bimassa
No entanto, o que ocorre nos casos em que é utilizado um volante bimassa (DMF)? Nesse caso, para a redução das vibrações de torção na cadeia cinemática, o disco de embraiagem apenas possui um amortecedor de torção de uma fase ou simplesmente não existe. Por conseguinte, recorre-se a um disco de embraiagem rígido, embora possa ser necessário utilizar um disco de embraiagem com compensação de deslocação. Isto é assim devido às tolerâncias no motor e à caixa de velocidades, principalmente nos veios primários da caixa de velocidades sem rolamento piloto, uma vez que pode ocorrer uma deslocação entre a cambota e a caixa de velocidades.
Ao serem utilizados discos de embraiagem rígidos, é possível que esta deslocação em casos críticos resulte em ruídos no ralenti e num maior desgaste do perfil. A solução para este problema é, como já referimos, o disco de embraiagem com compensação da deslocação, que possa compensar as possíveis forças radiais nos níveis críticos de ralenti e carga reduzida. Neste tipo de discos de embraiagem, as molas de compressão apenas são eficazes no nível de carga mínima. Pode-se ver um disco de embraiagem rígido e um disco de embraiagem com função de compensação de deslocação na parte superior da imagem, e um disco de embraiagem com amortecedor de carga e um disco de embraiagem com amortecedor de ralenti na parte inferior da mesma. O que achou deste post? Quer obter mais informações? Lembre-se de visitar www.repxpert.pt. Registe-se para aceder à maior seleção de conteúdos úteis para o seu dia-a-dia na oficina.


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